UBERLÂNDIA | COM CRISE NA SAÚDE, TRANSPORTE E EDUCAÇÃO, FIM DA ERA ODELMO SERÁ CONTURBADO E NOVOS NOMES SURGEM PARA RENOVAR O EXECUTIVO

Uberlândia vive há 20 anos com poucas mudanças na chefia do executivo. O atual Prefeito Odelmo Leão está em seu quarto mandato. Seu antecessor, Gilmar Machado, acabou fazendo um governo com grande reprovação popular, o que acabou fortalecendo ainda mais o atual mandatário. Mesmo assim, o governo atravessa um momento bastante delicado.

Secretarias importantes estão com problemas graves e a mais prejudicada é a da saúde. Com serviços terceirizados para a ONG Sal da Terra e Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina – SPDM, a Prefeitura não age na raiz do problema e gasta suas fichas investindo dinheiro em publicidade e no controle da base na Câmara Municipal. Enquanto isso, uma CPI foi instaurada pelo bloco independente da Câmara para apurar mau uso do dinheiro público na contratação desses prestadores de serviço e na gestão desses recursos por essas entidades. Mesmo aparentemente controlada pela base do governo, a CPI pode ter resultados imprevisíveis e prejudiciais ao governo.

Na educação e no transporte, a situação não é muito diferente. Usuários reclamam constantemente dos serviços prestados e o Ministério Público tem acompanhado de perto a conduta negligente do executivo uberlandense.

PRIMEIRA DAMA VAI PRO TUDO OU NADA

Para agravar a situação, rumores internos indicam que a pré-candidata da primeira-dama e ex-secretária Ana Paula Junqueira tem encontrado dificuldade em se firmar. Levantamentos feitos pela própria equipe de pré-campanha teriam detectado a estagnação da popularidade da pré-candidata.

Amplamente aceita entre empresários e sindicatos patronais, a pré candidatura não apresenta uma boa aceitação entre as camadas mais pobres, onde a primeira dama conta com grande rejeição popular. Fora isso, a ex-secretária parece sofrer com o que chamamos de “fogo amigo”, ou seja, supostos aliados que simulam apoiá-la, mas que nos bastidores torcem pela queda da candidatura.

A tão sonhada “transferência de votos”, idealizada pelos articuladores da campanha, parece estar cada vez mais difícil e com isso, os ruídos do fim da “Era Odelmo” começam a ser ouvidos. Acredita-se que caso a primeira dama não seja eleita, o governo Odelmo irá para as cordas e ficará “respirando por aparelhos” até 2024.

NOVOS HORIZONTES

A despeito das articulações para o pleito deste ano, algumas lideranças já têm as vistas voltadas para 2024. O atual vice-prefeito Paulo Sérgio, do PSD, é um dos mais cotados para defender o atual grupo que está no governo nas próximas eleições municipais. Bem articulado e bastante aceito pela elite política e econômica da cidade, Paulo Sérgio está investindo pesado em fortalecer sua imagem e se tornar mais conhecido. E tem conseguido crescer nas redes sociais.

Outro nome forte é do Deputado Estadual Leonídio Bouças, aliado do atual prefeito, que começa a ser cotado como seu possível substituto ou até mesmo, como uma segunda opção na defesa de uma candidatura concorrente ao grupo de Odelmo.

CORRENDO POR FORA

A oposição também tem se movimentado bastante. Adriano Zago e Thiago Fernandes, que disputaram o pleito em 2020, ainda são nomes fortes, mas dependem de se viabilizar eleitoralmente nas eleições desse ano para chegarem vivos em 2024. Do contrário, a tendência é que tentem outro mandato no legislativo municipal.

PT e PSOL também devem apresentar suas respectivas candidaturas, mantendo o padrão das últimas eleições. A viabilidade de algum nome petista também dependerá do resultado das eleições presidenciais e de uma eventual vitória do ex-presidente Lula no próximo pleito.

Lourival Santos, jornalista da TV Vitoriosa e pré-candidato a Deputado Federal, também está cotado para representar o grupo de Wellington Salgado no próximo pleito municipal.

Outro que cogita não fugir do enfrentamento é o vereador Fabão, que exerce o primeiro mandato como vereador e já protagonizou embates importantes com o governo. Apostando alto no caráter independente de seu mandato, Fabão prevê uma disputa inevitável entre ele e a primeira dama num futuro próximo:

“O Prefeito tem se esforçado muito para eleger a primeira-dama, porque sabe que na prática é a única coisa que garantiria a sobrevivência de seu grupo político. Diariamente temos que enfrentar diversas tentativas do governo em limitar as ações do meu mandato e dos outros vereadores independentes. O caos na saúde, no transporte público e a educação capenga são um constrangimento pra nossa cidade. Temos um projeto voltado para o social e para a dignidade das pessoas. Se um dia for preciso defender esse projeto numa eleição majoritária contra a primeira dama, eu o farei.”, diz Fabão.

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