POLICIA ESPANHOLA PRENDE RACISTAS QUE ATACARAM VINI JR

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Foto: Francisco Macia/Quality Sport

Os racistas no futebol é um grave e persistente problema que afeta não apenas os jogadores, mas também os torcedores, os clubes e a sociedade em geral. Na Espanha, um dos casos mais emblemáticos de discriminação racial envolve o atacante brasileiro Vinicius Junior, do Real Madrid, que tem sido alvo de insultos e ameaças racistas por parte de alguns torcedores rivais.

Um episódio particularmente chocante ocorreu em janeiro de 2023, quando um grupo de torcedores do Valência pendurou um boneco com a camisa número 20 do Real Madrid e uma faixa com a frase “Madrid odeia o Real” em uma ponte próxima ao estádio Mestalla, onde as equipes se enfrentaram pelo campeonato espanhol. O boneco representava Vinicius Junior e tinha uma corda no pescoço, simulando um enforcamento.

A Polícia Nacional da Espanha agiu e deteve quatro suspeitos sob acusações de crime de ódio, que podem resultar em até quatro anos de prisão. Além disso, a La Liga, entidade responsável pelo campeonato espanhol, iniciou um processo disciplinar contra o Valência e pode impor multas ou até mesmo penalidades que afetem a pontuação do clube.

Esse incidente gerou uma ampla repercussão na mídia e nas redes sociais, com manifestações de apoio a Vinicius Junior e repúdio ao racismo. O presidente em exercício do Brasil, Geraldo Alckmin, classificou os ataques como “inaceitáveis” e destacou a importância de combater e rejeitar o racismo “em todas as partes do mundo”. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, anunciou que notificará as autoridades espanholas e a La Liga sobre o ocorrido.

O próprio Vinicius Junior se pronunciou sobre o assunto em um vídeo publicado em suas redes sociais, no qual compartilhou outros exemplos de ofensas racistas que enfrentou nos estádios da Espanha durante a temporada. O jogador enfatizou que esses casos não são incidentes isolados, mas sim recorrentes e espalhados por várias cidades do país. Ele também questionou a impunidade dos agressores e exigiu punições mais severas para os clubes e patrocinadores.

“O problema é extremamente sério, e comunicados já não são suficientes. Culpar-me para justificar atos criminosos também não é aceitável. Isso não é futebol, é desumano”, disse Vinicius Junior.

O racismo no futebol constitui uma forma de violência que viola os direitos humanos e a dignidade das pessoas. É fundamental que as instituições responsáveis pelo esporte adotem medidas eficazes para prevenir, combater e punir tais comportamentos, que não têm lugar em uma sociedade democrática e plural. Além disso, é essencial que os torcedores conscientes se posicionem contra o racismo e denunciem qualquer manifestação de intolerância. Somente assim poderemos garantir que o futebol seja um espaço de respeito, diversidade e inclusão.

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