“KIT-COVID”, PREVENÇÃO OU DELÍRIO COLETIVO? PESQUISA ANALISA A AUTOMEDICAÇÃO DURANTE A PANDEMIA

Kit Covid
Foto: reprodução/web.

Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da Universidade de Uberaba (Uniube) mapeou o perfil dos estudantes universitários que se automedicaram com o chamado “kit-covid” durante a pandemia. 

O estudo, publicado na revista científica Saúde & Meio Ambiente, identificou que 14,32% dos participantes utilizaram pelo menos um dos medicamentos do kit – corticoides, azitromicina, ivermectina e hidroxicloroquina – mesmo sem orientação médica.

Os pesquisadores acreditam que a desinformação e a crença em estudos com falhas metodológicas sejam os principais motivos para a alta prevalência da automedicação com o “kit-covid”.

Riscos à saúde e impacto no sistema de saúde

A automedicação com o “kit-covid” pode trazer diversos riscos à saúde, como efeitos colaterais graves, interações medicamentosas e mascaramento de sintomas, dificultando o diagnóstico correto da doença. Além disso, o consumo inadequado desses medicamentos pode levar ao desabastecimento e à escassez de medicamentos essenciais para o tratamento de outras doenças.

O estudo reforça a importância da orientação médica e do acesso à informação confiável. Os autores do estudo ressaltam a importância da busca por orientação médica para o tratamento da covid-19 e de outras doenças, e alertam para os riscos da automedicação. Eles também defendem a necessidade de medidas para combater a desinformação e garantir o acesso da população à informação confiável sobre saúde.

Estudo completo: https://www.periodicos.unc.br/index.php/sma/article/view/5003 

Título: Análise epidemiológica da automedicação do kit-covid por estudantes universitários, durante a pandemia de covid-19, no Brasil

Autores: Nikolas Lisboa Coda Dias, Beatriz Guerra Santos, Maria Eduarda Puga Rezende, Lívia Danielle de Oliveira Pereira, Stefan Vilges de Oliveira e Wallisen Tadashi Hattori.